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extéril - marco mendes
Inauguração
Opening

24 - 11 - 2012

Extéril

22h Sábado / 10pm Saturday

MARCO MENDES

"Trabalhos recentes"

diariorasgado.blogspot.pt/
 
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Coimbra, 1978. Licenciado em Design de Comunicação (artes gráficas)
pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do porto, em 2002. Autor
de Banda Desenhada, ilustrador e artista plástico. Professor na
Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, no Curso de Design
da Universidade de Aveiro, nos cursos de Introdução ao Desenho e
Desenho Avançado do Clube de Desenho, do Porto, e do Curso de
Licenciatura em Banda Desenhada e Ilustração da ESAP-Guimarães .

Fundou com Miguel Carneiro o colectivo artístico e editorial A Mula,
em 2006, responsável pela publicação de diversas antologias de banda
desenhada, ilustração, e artes plásticas, bem como por inúmeras
exposições colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Publicou em 2008
o livro "Tomorrow the Chinese Will Deliver the Pandas", pela Plana
Press, e em Maio de 2012 a novela gráfica "Diário
Rasgado", que compila uma série de bds autobiográficas.


Excerto do texto Diário Rasgado. Marco Mendes, por Pedro Moura, no blog lerbd.blogspot.com, em Junho de 2012
(...) Marco Mendes está na esteira de uma tradição artística que pode remontar a Courbet, no sentido em que não pretende idealizar ou embelezar a realidade, mas tentar capturá-la tal como ela é. Obviamente, que, estando num momento mais avançado da produção artística, a discursividade necessariamente pós-moderna de Marco Mendes impede-o de ter uma aproximação ingénua a essa mesma realidade, sabendo como o desenho, a sua estruturação estilística, as suas opções por uma materialidade opaca, com um peso visível, a sua consequente manipulação nas estruturas significativas da banda desenhada (mesmo que sejam as contínuas e simples grelhas de quatro vinhetas), como tudo isso enfim são gestos específicos, contidos, conscientes de transformação dessa tal “impressão da realidade” numa tessitura com significado próprio. A realidade, sento inatingível nela mesma (o númeno), é passível de ser constituída através dos instrumentos expressivos e artísticos do autor, de maneira a que mesmo a sua suposta abordagem “documental” acaba por se revestir de um sentido estético. Ainda assim, a realidade criada por Marco Mendes tenta dar a ver, devolver ou recriar uma certa ideia de genuinidade. A ironia em relação aos seus espaços de vivência, à sua auto-representação (por mais filtrada que seja), a “sujidade material” dos seus desenhos (mesmo que haja algum trabalho de “limpeza digital” que afaste das materialidades dos desenhos originais, tema debatido no próprio livro), e até mesmo a integração de elementos de fantasia na “vida real” são os factores que contribuem para essa qualidade de genuíno. A despreocupação para com a camada imagética - as rasuras sobre textos, os contornos de certas personagens corrigidas, os riscos rápidos para marcar sombras ou volumes, as manchas de corrector enquanto corrector (pois pode ser usado com outros fins), a não-limpeza “para fora” das molduras das vinhetas, a marca da fita-cola nalguns locais - pode até ser pensada, ou pelo menos fará parte dos instrumentos expressivos específicos deste autor, mas por essas mesmas qualidades, que contrastarão com uma certa ideia clássica, metódica e “limpa” de criar banda desenhada (uma forma artística que preza a revisitação do material original para o seu tratamento final para reprodução), aproxima-se desses valores de genuinidade. Lembra mesmo aquela metáfora de Walter Benjamin em “O contador de histórias”, na qual fala da marca que fica no texto de quem conta a história, como a marca deixada no barro pelas mãos do oleiro (...)"

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Cuardoria de
Curated by
Teixeira Barbosa
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