"Ferramentas de cura"
5'42'', cor, som stéreo
2019
"Tenho a habilidade de fechar os olhos para tropeçar nas pedras. Em 2016, apanhei seis na margem do rio Sabor, antes da barragem inundar o último rio selvagem do país. Agora, não há pedras para apanhar. Estão no fundo e vão ganhando forma com a corrente. Na aldeia, dizem coisas sobre elas."
"What (else) grows in the dark"
3'06'', cor, som stéreo
2017
Colagem de found footage de seres humanos manipulando cogumelos. Anuncia-se o reflexo de uma subversão reprimida do desejo sexual e da incapacidade de expressar esses desejos. A evidente perversão tanto da natureza sexual como da relação conflituosa do homem com a natureza responde a condições que são tanto políticas como pessoais. O vídeo ecoa aspectos mais profundos da dissonância humana no inconsciente colectivo e individual.
Salomé Lamas retorna ao universo ficcional de "Coupe de Grâce", curta metragem realizada em 2017, na qual a jovem Leonor volta de viagem num dia em que o seu pai (Francisco) já não a esperava. No espaço de 24 horas vivem uma realidade alucinada, conduzida, em crescendo, pela inquietação de Francisco num registo de aparente normalidade. O exercício de isolar momentos da narrativa principal resulta numa série de instantes que se prestam a novas leituras por parte do espectador.
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Alexandre Delmar
Alexandre Delmar (Porto, 1982) é fotógrafo e videasta. Vive e trabalha entre a cidade do Porto e a aldeia de Lagoa, em Trás-os-Montes.
Partindo da fotografia, meio catalisador da sua prática artística, tem constituído de forma obstinada um corpo de trabalho multidirecional em que procura, a partir da natureza das imagens, a espessura de pensamento que transita entre o humano e o não-humano. No câmbio entre fotografia, vídeo, som, desenho, texto e instalação, conseguimos encontrar um núcleo agregador, sobre o qual todas as seus projetos parecem gravitar: “?lugares de relacionamento e ?comunicação” ?entre o mundo animal, vegetal e mineral; ?“lugares de recuperação” onde se espelham os modos e as dinâmicas do primordial, o antigo, o ancestral, o mito e o mágico; ?“lugares de contraste ?e contemplação”?, a arquitetura e a paisagem, o construído e o fractal, o urbano e o rural; ?até “lugares de pulsão” e?ntre a existência, a perda e o p?or vir?.
Numa meta-linguagem, a obra ?de Alexandre Delmar reclama o código genético do cruzamento entre os modos de ser e agir do Homem e os modos de ser e existir da Terra. E nisto, apenas por si, o volume escultórico dos objetos, as matérias, a luz e o silêncio da sua ausência. ...............................................................................
Lara Ogel
LaraÖgel vive e trabalha em Istambul. Licenciada em Screen Studies pela Universidade Clark em Worcester. Frequentou a Intensive Summer Foundation da Slade School of Fine Arts em Londres. Participou em residências artísticas na PRAKSIS (Oslo) e na Beirute Art Residency (Beirute). Expôs em ?stanbul, Beirute, Hasselt, Paris, Leipzig, Basileia, Atenas, Porto, Nova Iorque e Amesterdão. Trabalha com uma variedade de meios, desde o vídeo à escultura e ao papel, muitas vezes realçando o vernáculo do nosso tempo, utilizando objetos e imagens encontradas e expandindo os seus contextos. ...............................................................................
Salomé Lamas
Estudou cinema em Lisboa (Escola Superior de Teatro e Cinema) e Praga (Filmová a Televizni Fakulta Akademie Múzick’VCH V Praze), Artes Visuais MFA em Amsterdão (Sandberg Instituut, Gerrit Rietveld Academie) e é doutoranda em Arte Contemporânea em Coimbra (Universidade de Coimbra). O seu trabalho tem sido exibido tanto em contextos artísticos como em festivais de cinema tais como Berlinale, Museo Arte Reina Sofia, MNAC – Museu do Chiado, DocLisboa, Cinema du Réel, Visions du Réel, MoMA – Museum of Modern Art, Museo Guggenheim Bilbao, Harvard Film Archive, Culturgest, CCB - Centro Cultural de Belém, Hong Kong FF, Museu Serralves, Tate Modern, Bozar , Tabakalera, ICA London, Mostra de São Paulo, La Biennale di Venezia Architettura, entre outros. Lamas recebeu diversas bolsas, tais como a Gardner Film Study Center Fellowship – Harvard University, Rockefeller Foundation – Bellagio Center, Fundação Calouste Gulbenkian, Sundance, Bogliasco Foundation, MacDowell Colony, Yaddo, Berliner Künstlerprogramm des DAAD. Colabora com a Universidade Católica do Porto e a Elias Querejeta Zine Eskola. Colabora com a produtora O Som e a Fúria e é representada pela Galeria Miguel Nabinho – Lisboa 20. ...............................................................................
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Curadoria de
Curated by
Vera Carmo + João Leal
O terceiro momento de Transubstanciação continua a refletir sobre a relação entre o ser humano e o seu meio ambiente, desta vez através de uma seleção de obras onde se tornam evidentes ligações da ordem do simbólico e até do esotérico com o meio que nos rodeia.