Jean-Luc Deffense
José Cruzio
Luíza Porto e Márcia Bellotti
Sama
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JEAN-LUC DEFFENSE
"O Peso"
5'
2021
"O Peso" é um breve reavivamento de memórias mortas. Em um esforço para pensar o quanto de nossos inconscientes habita arquivos de completos desconhecidos, a peça-objeto evoca imagens edipianas de culpa, penitência e devoção. O fado em loop contínuo como uma passagem para um estado de transe induzido e o texto declamado pelo filho para a mãe entregam à obra essa sensação de anseio por um passado fantasma, que nunca existiu fora dessa casa, até agora.
"I Was Here_with her#1"
with DINIZ
Frederico's music "I Was Here"
2'57''
Descrição genérica: conjunto de videogramas de curta duração, 3’, com som e para rodagem em loop contínuo e que se intitulam “I Was Here”, frase essa que aparece a meio. Advém de um processo de recolha contínua de pequenos vídeos em câmara lenta e pós-produzidos com normas especificamente delineadas (estrutura, duração, composição) e através de um processo de trabalho colaborativo, com composição musical à distância.
Com o projecto I WAS HERE, constrói-se um conjunto de pequenos videogramas como testemunhos de passagem do autor/artista pelos diversos “não lugares”/”lugares”- ou melhor, lugares de passagem, circunstancial ou não, e aos quais confere um valor e um significado através de uma revisão e re-composição, com sons e novas interpretações de diversa origem, espelhando, aos mesmo tempo, as suas principais referências.
Assim, I WAS HERE constitui-se com um longo conjunto de vídeo-testemunhos – e em processo de construção – que reflectem uma contextualidade muito particular hiperbolizada na frase/genérico que surge em cada um da série: a indicação, se solitária ou não; as coordenadas do “não lugar”/”lugar”; a data e a hora e, por fim e consubstanciando o processo colaborativo, a co-autoria na criação sonora que o acompanha e o complementa/completa.
Por meio de uma fusão entre performance, ficção e documentário, este videoarte fala sobre as amarras que constroem à força o universo feminino.”Não se nasce mulher: torna-se…” _Simone de Beauvoir em “O segundo sexo” (Le deuxième sèxe, 1949).
Leitura performance do poema manifesto da autoria do próprio artista em relação aos eventos políticos do Brasil.
Poema da Madrugada, é um dos vídeos que faz parte do trabalho desenvolvido pelo artista.
Jean-Luc Deffense
É um artista contemporâneo, localizado em São Paulo. Seus trabalhos permeiam mídias como peças sonoras, instalações audiovisuais e a música eletrônica. Em um constante anseio para extrair materialidade do abstrato, suas obras e pesquisas têm o levado para um campo de bruscas mudanças e experimentação. ...............................................................................
José Cruzio
Reside em Viseu (n. 1975). Licenciou-se em Pintura_Variante Artes Plásticas e detém o ano curricular do Mestrado em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro.
Trabalha como docente de Artes Visuais e como artista visual.
Participou, como artista plástico, nas Bienais Internacionais de Vila Nova de Cerveira, do Douro/Alijó e Porto Santo; na Trienal Mundial de Chamaliéres (FR) e Miniprint de Cadaqués (ES) e em vários eventos tais como os Jardins Efémeros (Viseu).
Actualmente, trabalha em obras e equipas de características multidisciplinares | intermédia. ...............................................................................
Luíza Porto e Márcia Bellotti
Duo colaborativo de artistas multidisciplinares. Possuem formação em design, cinema, fotografia, música e artes visuais. Bolseiras no programa de estudos EAVerão 2015 e 2016 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Márcia Bellotti é mestre em Som e Imagem com especialização em Cinema e Audiovisual pela UCP Porto, e Luiza Porto desenvolve trabalho de ateliê voltado para arte contemporânea em técnicas de gravura e artes têxteis. Juntas foram selecionadas para residências artísticas, notadamente os programas de residências do "Arte Institute", Lisboa, do "Open Studios Cidadela Art District", Cascais, e da Fundação Bienal de Cerveira, Cerveira. Participaram de exposições individuais e coletivas no Brasil e Portugal, entre as quais se destacam: "Cartografias da Ausência" (têxtil, pinturas), 2020, Galeria CRU Porto; "Partes Públicas e Privadas" (instalação têxtil) 2020, Galeria CRU, Porto; “Entre camadas, silêncio” (pintura, fotografia e têxtil), 2019, Casa de Cultura dos Olivais, Lisboa; “Ensaios sobre a intimidade”, (fotografia, escultura, vídeo, instalação e têxtil), 2017, Galeria MUTE, Lisboa; "Fluido" (videoinstalação), 2016, Mostra de Imagem em Movimento, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro. Seus filmes foram selecionados por festivais na nacionais e internacionais, notadamente: "Porto/Post/Doc", Porto, 2021; "VIS Vienna Independent Shorts", Viena, 2015; "Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade", 2015 e 2021, São Paulo; "Mostra Todos os Gêneros", Itaú Cultural, São Paulo, 2016; “Risco Cinema”, Cinemateca MAM, Rio de Janeiro, 2016; “FUSO 2016”, Lisboa; "FiLiA Conference - LassStrugle", Londres, 2017.
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Sama
É um artista contemporâneo brasileiro a viver em Portugal. Sua produção autoral constitui um “Atlas”, que se desdobra por linguagens, dispositivos e suportes como: o Desenho, a Pintura, a Escrita, a Colagem, a Performance, a HQ, o Cartoon Político, o Objeto, o Teatro e o Audiovisual. Seus interesses são referentes à cultura de massas, mas através de um olhar ressignificativo, a partir de um ponto de vista periférico e anti-hegemônico. Integrou exposições individuais e coletivas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Havana, Lisboa, Porto, Beja, Londres e Mindelo. Tem livros e zines publicados no Brasil e em Portugal, além de realizar filmes experimentais, entre eles a animação erótico-noir, Motel Sama.
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Curadoria de
Curated by
Luisa Sequeira
Investigadora, realizadora, artista visual e curadora de cinema. Transita em diferentes plataformas; vídeo, filme, fotografia e colagem, explorando as fronteiras entre o digital e o analógico.Nos últimos anos o foco do seu trabalho é a reconstrução poética das narrativas femininas na história da arte e do cinema, que foram invisibilizadas pelo poder patriarcal.
Trabalhou mais de uma década na RTP, coordenando e apresentando vários projectos, entre eles, destaca-se o Fotograma, um magazine autoral dedicado ao cinema em língua portuguesa.
Coordenou e realizou o Porto sem Nó, vencedor do Festival Internacional de Televisão do Rio de Janeiro. Realizou a longa-metragem documental, Quem é Bárbara Virgínia?, filme que que foi exibido em vários festivais de cinema; Festival Rotterdam, DocLisboa, Mostra de São Paulo, venceu o prémio para melhor documentário português no Porto Femme e no Festival Caminhos do Cinema Português. Realizou várias curtas e vídeos experimentais; O Terceiro Sexo, Limite, N?scut?, Rosa dos Ventos, Os Cravos e a Rocha, My Choice, Memória, substantivo feminino La Luna, Passageira, Mulheres no Palco.
Recentemente participou como formadora na residência artística da primeira edição do São Tomé Film Lab, participou na residência de criação de cinema na Meta Cultural Foundation na Roménia. Realizou várias exposições, entre elas, “A luz da Estrela Morta”, no âmbito do FITEI na galeria Nuno Centeno, “ O Tempo dos Outros” no Centro Cultural do Mindelo (Cabo-verde, 2019) “Crises Infinitas” com o artista Sama na galeria Sputnik the Window , “Ver com os Olhos dos Outros” na galeria Adorna Corações, exibiu os seus filmes na Anca Poterasu Gallery (Romênia) 1st BCK Film Symposiumm in Athens, Cinema Museum em Londres.
Desde 2010, é diretora artística do Shortcutz Porto, festival que conta com 266 sessões de cinema e é diretora do Super 9 Mobile Film Fest, o primeiro festival português dedicado a filmes realizados com dispositivos móveis.
Recentemente tem colaborado com o Teatro Experimental do Porto, com cinema expandido e vídeo arte. Realizou vídeos para a peça de teatro, Antígona e cinema expandido e manipulação de imagens em tempo real para o espetáculo, Estro/ Watts, de Gonçalo Amorim e Paulo Furtado. Colaborou com cinema expandido no projeto, Carne Poética, uma tríade feminina performativa com poemas autorais das poetas, Li Alves e Maria Giulia Pinheiro.
Em 2022 participou com vários trabalhos na 13ª Bienal de Kaunas com curadoria de Curadoria de Benedetta Carpi De Resmini, inserido na para a exposição Landed Magic Carpets /Kaunas 2022, Capital Europeia da Cultura.
Atualmente está a realizar vários projetos, entre eles a série "As Pioneiras do Cinema em Língua Portuguesa” e um documentário sobre “As Novas Cartas Portuguesas”.