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• 1548. Francisco de Holanda e a Arte do Desenho. (notas)
18. Sobre a metodologia e a interpretação da noção: aspecto, vd. DAMISCH, Hubert - Traité du trait. Paris: R.M.N., 1995, passim.
19. Por desenhos-tese entendemos os desenhos em que o desenho é o ponto de apoio subjectivo da «reflexão» sobre si mesmo. E aquilo que neles se mostra são as «teses» do seu próprio pensamento. Significa que existem desenhos onde a presença da sua própria «enunciação» mostra a intelectualidade dodesenho. São desenhos cuja singularidade é a «pensabilidade» do pensamento. Outros desenhos existem sem que a singularidade do seu pensamento se possa captar, existindo contudo na sequência (in)finita do desenho-ideia com a qual se identificam.
20. O álbum das Antigualhas existe na Biblioteca do Mosteiro do Escorial e o álbum Aetatibus Mundi Imagines na Biblioteca Nacional de Madrid. Vd. ALVES, José da Felicidade - Francisco de Holanda, Álbum dos Desenhos das Antigualhas. Lisboa: Livros Horizonte, 1989; DESWARTE, S.- op.cit. supra nota 2; e ainda o estudo de STICHINI VILELA, José - Francisco de Holanda, Vida pensamento e obra. Lisboa: Instituto de cultura e Língua Portuguesa, 1982.
21. INIGMA é um emblema alegórico de Holanda no fim da Da Ciência do Desenho e da Fabrica que falece ha cidade de Lysboa (1571) «por onde, de haver piedade dela e dos que não entendem o preço de tão ilustríssima ciência, determinei de escrever este breve caderno acerca do valor que tem a Arte do Desenho da Pintura na República Cristã, assim no tempo da paz como no tempo da guerra» HOLANDA - Da Ciência do Desenho, op. cit., p.13.
22. Vd. notas de González Garcia - o cepticismo de Holanda: HOLANDA - Da pintura Antiga. Lisboa: INCM, 1984, p.96.
23. Vd. Para uma análise histórica e iconológica do álbum de Holanda existente na Biblioteca Nacional de Belas-Artes de Madrid, e a sua relação com a «teoria» da arte, DESWARTE-ROSA, S. - Ibidem, passim. Sobre as condições da coragem, Serrão lembra como Holanda retoma as teses neo-platónicas num ambiente que lhe é claramente desfavorável, ou seja, a Contra Reforma. SERRÃO - Ibidem, p.447.
24. «Digo pois que a arte da Pintura e o Desenho se bem servem a república cristã em o tempo da paz, que muito melhor a servem (onde se dela melhor sabem aproveitar que em Portugal) no tempo da guerra», HOLANDA - Da Ciência do Desenho, op. cit., p. 31.
25. «Parecerá por ventura que qualquer homem poderá ser pintor, aprendendo; mas muito será enganado, quem isto cuidar; porque, se alguma ciência ou arte neste mundo para sua perfeição lhe foi necessário trazer a origem e natural de seu nascimento, sem dúvida nenhuma esta deve ser a arte da pintura. E não somente para ser perfeito e consumado em tal ciência e tão profunda lhe convém com uma nova graça nascer de Deus e de natural índole e raríssima(...); por que para digno de ser pintor mester há nascer pintor, pois o pintar não se aprende, mas somente se pode crer que com o mesmo homem nasce. Isto sem se saber como, pois no inocente menino, que há-de ser famoso nesta profissão, tenho eu para mim que está infundido e posta toda a profundidade do saber que depois se há nele descobrir, quando for tempo de exercitá-lp e descobri-lo.», HOLANDA - Da Pintura Antiga. op. cit., Livro I, cap. 7, p.30.
26. «Mas se o valente homem veio a fazer uma obra que todos louvão por stremada e a elle mesmo o parece; e todavia não é a que elle tinha imaginado na sua idea, nem a elle desejou que viesse a ser; não se deve por isso de ter por contente; antes a tal obra deve de desmanchar e destruir, e como de novo as vias com que venha a ver com os olhos carnaes o que ve com os do sprito», HOLANDA - Idibem, p.95-96. |